Durante todo o mês de Agosto a Passarola vai editar uma série de artigos e pequenas entrevistas para dar a conhecer os artistas que participam no evento EnCantar pela Paz que, produzido pel’Odezanovedejunho – Associação de Ideias, decorrerá de 3 a 27 de Setembro no Auditório Madalena Biscaia Perdigão.
David Fadul – da Baía de Todos-os-Santos à Figueira e à descoberta de Portugal
Bahiano de Salvador, como Jorge Amado e Castro Alves, David Fadul nasceu em 1974 e sempre (por herança familiar) se interessou pela arte. Mas também pela viagem. Foi assim que em 2018 descobriu a Figueira, onde se fixou há dois anos (adquiriu um apartamento em Vila Verde) trabalha em artes-gráficas e se tornou um dos sócios fundadores d’Odezanovedejunho – Associação de Ideias.
Desde jovem ligado à publicidade, aos 21 anos abriu o seu primeiro studio de design e artes gráficas. É Bacharel em Desenho Industrial, formado pela Universidade do Estado da Bahia (Brasil) e MBA em Comércio Internacional pelas Faculdades Metropolitanas Reunidas (Brasil) e participou em inúmeras campanhas publicitárias para empresas brasileiras e internacionais, colaborando em importantes jornais e publicações da sua cidade natal (Jornal A Tarde, Jornal Correio da Bahia e Revista Barra In).
Mas se o advento da tecnologia fez dele um web designer, criando sites para a internet (é dele o site d’Odezanovedejunho) o prazer da observação fê-lo retomar a fotografia, que tinha aprendido na universidade – e é assim que está a descobrir Portugal, percorrendo-o de Norte a Sul, fixando o seu encantamento “para que as pessoas possam ver além do óbvio”.
David, que também é o autor do cartaz do Encantar pela Paz, ainda participa no evento com uma exposição das suas fotografias – “Portas e Janelas”, uma colecção de instantâneos e apontamentos do nosso país que revelam um olhar caloroso mas perspicaz, atento a perspectivas tão próximas do motivo como distantes do banal, do anedótico, do turístico ou do pitoresco.
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– Para além de fotógrafo também és artista gráfico. O que te atrai nestas duas áreas?
– Sempre fui ligado às artes diversas, no seio familiar convivi com Avós e Pais escritores, poetas e pintores. Desde jovem já desenhava em cadernos e o talento pelo desenho e pintura culminou no curso de Bacharel em Desenho Industrial – Programação Visual.
Uma das matérias da Universidade foi a Fotografia, onde aprendi a técnica e a sensibilidade do olhar.
– Agora que estás em Portugal, tens andado à descoberta do país, tirando fotografias que partilhas numa conta do Instagram, que até é interessante para portugueses verem o seu país através de um olhar externo. O que te tem cativado mais aqui?
– Portugal é um País rico e completo, tudo me cativa, desde as paisagens até a gastronomia. A cultura e o seu povo também são ricos em tradições, o que me encanta infinitamente. Percorrer o País de Norte a Sul, de Leste a Oeste tem sido uma experiência sem igual, e através das lentes, procuro passar todo o meu sentimento para que as pessoas possam ver além do óbvio, transformar a imagem em uma verdadeira viagem por lugares, sabores, tradições, pessoas…
– O que nos podes adiantar sobre a exposição “Portas e Janelas”, que vais inaugurar no dia 3 de Setembro?
– Portas e janelas carregam histórias. Gerações inteiras entraram, saíram e contemplaram através delas, acompanhando alegrias, despedidas e reencontros. São o reflexo de quem está por trás ou uma extensão da própria alma. São mais do que elementos arquitetônicos – são símbolos poderosos que atravessam culturas, épocas e estilos. As fotografias de “Portas e Janelas” tentam retratar a própria Vida, pois viver é, em grande parte, um movimento entre abrir e fechar portas e janelas.