Fernando Campos


Fernando Campos

Nasceu uma vez há muitos anos num certo lugar longínquo, de outro hemisfério, cujo nome sempre lhe apraz recordar. Mas tanto andou que hoje vive nos arredores de Maiorca, nos arrabaldes da Figueira da Foz. Não obstante, ainda desce à vila todos os dias; à cidade, mais de quando em vez. Dedica-se à arte desde muito novo, com verdadeira paixão; até está representado no museu municipal e em algumas colecções particulares, ainda que o mercado da arte se tenha interessado tanto por ele como ele pela arte de mercado.

Não se considera muito inteligente mas, para compensar, sempre teve muita imaginação; e curiosidade: sempre quis muito compreender. O que não impede que passe a vida perplexo. Lê muito, de tudo, até jornais e gosta de imaginar, e desenhar, tudo de outra forma – livre – porque nunca se conformou com a ideia feita da forma resignada aos limites do preconceito, do propósito ou da função.

Também se dedica à escultura, à ilustração, à caricatura, à escrita, à decoração, à carpintaria, à criação de móveis e objectos e a coleccionar pedras, e facas, e coisas.

Nunca se aborrece sozinho. Mas não é um ogre solitário, sempre gostou de brincar com outros meninos, e meninas: já foi parte de uma sociedade; já fundou uma cooperativa que até tinha um jornal, a que deu nome e desenhou o título; e até já fundou uma associação de artistas. De umas arrependido, mas não ressentido; de todas desenganado.

Hoje, cuida do seu jardim, como disse Voltaire que todo o homem devia fazer; e tem uma página na web https://ositiodosdesenhos.blogspot.com/ onde edita os seus desenhos e escreve o que lhe apetece.

Mas quando o foram desinquietar com a ideia d’ Odezanovedejunho, uma associação de ideias para fazer coisas de outra forma e para dar forma a outras coisas, não resistiu demasiado. Aceitou o repto: não por pecúlio nem por penacho, como sempre; mas por imperativo salubre, dever desonerado, honesta diversão. Nem que seja só para ver como é que ficam – disse.

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